Apenas após pressão e greve, Secretaria de Estado da Saúde se reuniu com Simesp para debater terceirizações, previdência e valorização da carreira médica
Apenas após pressão e greve, Secretaria de Estado da Saúde se reuniu com Simesp para debater terceirizações, previdência e valorização da carreira médica
Na última quarta-feira, 16 de julho, representantes do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) se reuniram com a Secretaria de Estado da Saúde para discutir as principais pautas da categoria. A reunião foi realizada na sede da Secretaria, em São Paulo, e teve como foco três pontos centrais: o processo de terceirização de hospitais estaduais, pendências relacionadas a recolhimentos previdenciários e a valorização da carreira médica. Vale pontuar que o encontro só aconteceu após forte mobilização dos servidores da saúde, que entraram em greve no dia 17 de julho.
Entre os principais encaminhamentos, a Secretaria informou que o processo de privatização dos Hospitais Estaduais Darcy Vargas, Heliópolis e Ipiranga ainda está em fase de chamamento público para a candidatura de organizações sociais (OSs) para administrar os serviços, com previsão de definição das organizações sociais gestoras até o fim de julho. O Simesp cobrou garantias de que os médicos poderão permanecer nas unidades em que atuam com suas jornadas e escalas respeitadas. A gestão pública se comprometeu a convocar o sindicato para as reuniões de transição com as futuras OSs, visando garantir os direitos dos profissionais.
Também foram discutidos os atrasos nos recolhimentos previdenciários, fundiários e de informações no sistema eSocial dos médicos celetistas que atuam no estado. A Secretaria reconheceu a falha, causada pela incompatibilidade dos sistemas, e informou que trabalha com a Prodesp (empresa de informática do Governo do Estado de São Paulo) para solucionar o problema até o fim de agosto, mas sem solução efetiva até o momento.
Por fim, o Simesp reiterou a necessidade de valorização das carreiras públicas, com reposição salarial e realização de novos concursos. A Secretaria declarou estar buscando alternativas dentro dos limites orçamentários e da Lei de Responsabilidade Fiscal para viabilizar o chamamento de concursados, mas também não apresentou solução efetiva sobre este ponto.
“A abertura de diálogo por parte da Secretaria de Saúde é um passo importante, sobretudo diante de temas tão sensíveis como a terceirização e os direitos previdenciários. O Simesp vai acompanhar de forma ativa e atenta cada etapa desses processos, para garantir que os direitos da categoria sejam respeitados e que nenhum profissional seja prejudicado. Reiteramos que somos contra qualquer tipo de terceirização e perda de direitos para os médicos”, afirma Augusto Ribeiro, presidente do Simesp.
O Simesp seguirá acompanhando de perto os desdobramentos desses compromissos e reforça seu empenho com a defesa dos direitos dos médicos servidores estaduais.