A diretoria do Simesp repudia veementemente a aprovação pela Assembleia Legislativa (Alesp) do projeto que extingue a Fundação para o Remédio Popular (Furp). Na avaliação da secretária geral da diretoria plena do Simesp, Juliana Salles, a medida é irresponsável e cruel, que ataca diretamente o acesso da população aos medicamentos gratuitos mais essenciais — como antibióticos, antirretrovirais, anti-hipertensivos e remédios para saúde mental.
Ao apresentar o Projeto de Lei Complementar (PLC 49/2025) a toque de caixa, “o governador Tarcísio de Freitas sinaliza estar mais preocupado em agradar lobbies farmacêuticos e imobiliários do que em garantir a saúde pública”, afirma Juliana. Para a diretora, é possível exigir eficiência sem desmontar um patrimônio estratégico do Estado — “especialmente sem detalhar uma transição transparente ou assegurar a manutenção da produção”.
Embora o governo de São Paulo pretenda transferir as funções da Furp para o Instituto Butantan, as duas instituições possuem competências distintas. Além disso, ainda não há clareza sobre de onde o Estado compraria os medicamentos necessários para atender à população, nem sobre o custo da aquisição de milhões de unidades até que uma nova produção seja iniciada.
O PLC também não prevê o que acontecerá com cerca de 800 profissionais que atuam na Furp, somando trabalhadores celetistas e terceirizados, e o futuro desse grupo permanece indefinido. O documento apenas informa que os servidores estatutários serão realocados para outras áreas da administração estadual.
O Simesp seguirá acompanhando este processo, somando esforços a outras organizações da saúde, parlamentares progressistas e a sociedade civil contra mais este golpe da gestão Tarcísio na saúde pública de São Paulo.