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A diversidade revelada: retratos e depoimentos da diversidade sexual na metrópole

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13/12/2010 | Notícia Simesp

A diversidade revelada: retratos e depoimentos da diversidade sexual na metrópole

“Camila é uma travesti forte, bonita, com traços e seios que chamam a atenção. Dorme na rua ‘por amor’. O marido morria de ciúme sabendo que estava num albergue numa ala com 120 homens. Sua vida de rua e prostituição começou aos 10 anos, na praia de Iracema, em Fortaleza. ‘Em São Paulo descabelei, orgia, bebida, droga. O cliente oferece crack, paga mais e não quer camisinha. Não vou contar que tenho aids. Estou deixando essa vida, mas ainda preciso de dinheiro’.” Essa não é uma história fictícia, mas real, de muitos personagens que vivem e/ou trabalham nas ruas de São Paulo.

Os relatos podem ser conferidos no livro A diversidade revelada, do jornalista Aureliano Biancarelli, com imagens do fotógrafo da revista DR!, Osmar Bustos. A obra foi produzida pelo Grupo Pela Vidda-SP –, organização não governamental que atua há 21 anos na luta contra a aids, estando à frente do Centro de Referência da Diversidade (CRD) desde 2008, e Coordenação Estadual DST/Aids-SP da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Estima-se no Brasil aproximadamente 800 mil travestis e 400 mil transexuais. No livro, há o questionamento de que “não há serviços públicos suficientes para atender sequer a uma parcela dessa população”. Especialistas em direito e saúde, e ativistas transexuais discutem temas como a legalidade, o direito ao nome, serviços de saúde e reconhecimento desse grupo.

O fotógrafo Osmar Bustos recebeu o convite para a produção das fotos como um “desafio”: conhecer um estilo da noite do qual se aproximava apenas pelo vidro do automóvel. “Sabemos que esses personagens estão nas ruas, passamos de carro e eles estão lá, mas é só isso. Desenvolver esse trabalho foi uma experiência ímpar. Para facilitar a aproximação, saía para as pautas sempre acompanhado do pessoal do Grupo Pela Vidda. Antes das imagens, conversava com eles, ouvia experiências. À medida que ganhava confiança, pedia para clicar algumas cenas”. Foram sete meses de trabalho voluntário, e mais de mil fotos produzidas, o que rendeu exposição na Casa das Rosas. No momento, conversam com a Caixa Econômica Federal para uma exposição fotográfica nos meses de janeiro e fevereiro.

Contato:
Centro de Referência da Diversidade: (11) 3151-5786
crdiversidade@uol.com.br